terça-feira, 8 de maio de 2012

Sou rico e dei-te, aceite


Quando te beijei
dei-te da minha riqueza
devolvendo não ficarei
pobre,


sou rico quando dou
sou bem mais quando recebo
se o que dei não lhe prestou
foi seu brilho que por mim cessou

as flores que dei
foi parte de mim que enviei
amei, gostei e entreguei.
tão boas cores e fragrâncias.
com minhas mãos cultivei

a atenção que lhe prestei
partiu da minha riqueza
surgiu dos meus préstimos
e do balsamo bojador
de tantas preces e de forte clamor

clamores que nascem
dum posso infinito
que jorra pingos
tão límpidos e que nunca
secam por assim doar

a riqueza mora na singeleza
no seu fundo há abundancia,
não queira a empobrecer
com seu duro malquerer

devolvendo-me,
não serás rica
mas não haverá mais bica
a pingar gotículas para amolecer
seu coração

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