segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ícone de Maria

Aonde está a Igreja, ai está a Cruz
encontrando a cruz ai estarás Ela 
a Bela e Singela Mãe de Jesus

Maria que não deixou seu filho
jamais o abandonou, conseguiste com penhor 
e humildade revestir a onipotência, 
sem sobrepujar o Nosso Senhor

que mãe tão doce e tão Regina
pura, senhora e tão menina
geração santa de ti sempre germina

com bênçãos de mãe, envolves a humanidade
teu ícone na Arquidiocese
haverá de cultivar a caridade

Oh mulher tão forte
oh invicta Judite
oh Maria minha e nossa mãe
que orgulho é para mim, ser teu filho
que alegria é receber teu ícone
que júbilo é pertencer
a esta história maternal 
e ser protegido e alentado
por estes braços que sustentaram a vida
sou teu filho!
oh minha mãe querida!

A Cruz em minha Diocese

carrego no meu peito
és linda e gosto de ti
és no meu íntimo sinal de lembrança
lembrança que um Justo morreu por mim

signo de amor a vida
vida a me oportunizar
carrego no coração o sinal vivente
viver meus anseios e ao objeto chegar

sinto uma importância em meu ser
faço parte de uma geração robusta
não teme barreiras a romper
tendo naturalmente a alma augusta

a Cruz rouba os meus medos
ousa a me fazer ousado
com simplicidade me faz simples
e com escândalo um emancipado

com loucura faz-me ponderado
silenciosa me faz obediente
abraçado a ela sou honrado
contemplando-a creio no onipotente

a Cruz não me amedronta 
antes me liberta e alivia
nunca ofende ou afronta
mas me convida a eterna alegria

com tuas hastes rasgastes com amor
a terra, a história e o homem
abristes o céu e com santa violência 
tocaste o coração do Senhor

ao Reino de luz
sei que me conduz
foi o Cristo Jesus
que te Santificou oh Santa Cruz

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Amy Winehouse - Envolta


Quando quebro as cercas que me protegem
ela chega de mansinho, prometendo proteção e ganhos
ela me diz que todos me verão e me amarão
ela parece ter razão

quantos estão aos meus pés
não preciso seguir ninguém
sou livre e posso indicar o que vier
sou idolatrada, como é legal

mas me falam que ela é tão fugaz
pode até me destruir
como pode ser isto verdade?
está sendo tão legal, sou super

ela está realmente quebrando meus limites
tem me dado amigos e seguidores
o que faço é adorado, é imitado
onde piso torna-se dourado

meu corpo é carregado idolatricamente
eles pulam eletricamente
gritam freneticamente
amam-me ignorantemente

meu amado me dá cigarros
bebo até ver o fundo do copo
leio minha vida
vou reabilitar

oh no, no, no
não consigo, é mais forte 
não me ensinaram
ele acha que estou bem

aqueles que não me idolatram
carregam meu corpo
não pulam mais
estou sem frenesi

não me cobriram de beijos
cobriram-me de vermelho
pararam meus tons
não escrevo mais

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

M(Eu) Trabalho


meus traços
minhas ideias
minha beleza
minha cor

com meu natural
faço meu labor
rodei engenho
carreguei pedra
desenhei faces

musiquei a vida
carreguei corpos
ressuscitei mortos
falei e exortei

parturi,carreguei
lavei, prendi e enterrei
aliviei, corrigi e 
encomendei

hoje ainda laboro
remo, danço, corro
escrevo, digito, enceno
revejo, assino, salvo

minha esperteza
minha ginga, meus tons
dedilho, bato, soo
ensino, governo, grito

vigio, encano, voou
sou matéria prima 
uso-me e me canso
alegro-me e concluo

meu trabalho sou eu
eu conjugo-me
eu Trabalho

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Penso e revejo

Penso e estaciono nos pontos desta vida
olho para os lados procurando partir
revejo meus impulsos e dos outros também
cuido para não ser atropelado

sou uma alma fraca
que pode levar tapa
das consequencias que me vem

sou forte e levo adiante
sigo em frente o que quero que seja
recebo retorno do correr das águas
que como pingos viram torrentes
derrubam minha barreira
e quedam meus passos
como uma cachoeira

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma carta de onde e como estou

Escrevo estas singelas palavras para expressar os meus sentimentos reais, como tenho passado e como tenho visto este mundo. Quero que saibas da minha visão e esperança. É certo que sei quem sou e onde estou, e quanto a isto não quero que se exalte ou se deprima, mas para que saiba a verdade ou a síntese dela. O viver também é isto, comigo está o testemunho dos meus dias.

Então caro amigo, eis o que quero lhe dizer.

Escrevo de uma prisão, é verdade. Onde me encontro agora!

Porque parte de mim, sofre na sua inocência ou não, ter se jogado ao crime e vivendo esta realidade.

Lê estas palavras que foram tintadas com sangue, é o que sinto!
Porque parte de mim sofre as crueldades e as abertas feridas, feridas de todo tipo, feridas marginais, sociais e na carne reais.

Estás sabendo de mim, porque tenho escrevido com minha cor, sendo ela amarela, branca ou negra, tenho sofrido todo tipo de discriminação. Porque parte de mim sofre por viver nesta pele que ainda assim tenho orgulho de carregar.

Escrevo-te de uma solidão, sem mesmo saber escrever ou sem o direito de nascer. Porque parte de mim foi esquecido pela própria mãe ao se sucumbir ao ato macabro do aborto.

Amigo, estas letras as pode enxergar, porque não neguei minha Fé, mas por ela estou sofrendo e mesmo assim escrevendo. Porque parte de mim é considerado salteador ou mesmo infrator, por tão somente acreditar no Criador.

Escrevo de uma cama orgiasta, com muito choro e sem consolo, consolo que dou a muitos mas que não recebo e parece que não mereço. Um 'companheiro' ou cliente acabou de sair daqui, sorriu ao partir, seu nome não sei dizer, sua descendência não quis saber. Porque parte de mim, sofre ao ser como utensílio e objeto de prazer.

Tenho anotado estas letras com o suor da face, porque tenho corrido da fome e da falta de boa-nova. Todos me chamam de ladrão, porque primeiro cometi para comprar pão. Porque parte de mim sofre ao saltear e não entender esta insana forma de viver.

Escrevo com meus suspiros, são poucos na verdade, quase não se ouvem, mas é o único sinal de vida que ainda tenho neste leito, ou melhor maca de corredor, por onde muitos passam e não tem tempo de olhar minha situação. Será que meu estado tem jeito ou não? Porque parte de mim sofre por falta de tratos.

Escrevo com conhecimento da situação, metido eu nesta política de casos ou descasos absurdos, onde autoridades se fazem mudos ou surdos, e não cumprem o seu belo dever. Porque parte de mim sofre ao querer mudar o mundo, mas dentro de um âmbito imundo, chora um desprazer.

Escrevo, ou melhor, desenho letras, por não ter aprendido a escrever aquilo que sempre quero dizer, mas por analfabeto ser, encontro barreiras, desemprego, destrato como se eu não fosse um Ser. Porque parte de mim sofre na falta de oportunidade da qual não fui eu o ator, mas que nela nasci, cresci e não consigo sair.

Escrevo-te meu ainda amigo, querendo sair desta overdose, onde vejo vultos, que neste momento acabo de cheirar tudo. Queimei todo meu futuro. Porque parte de mim sofre nas drogas, sofre nas doiduras e fugidas fáceis de cada problema familiar.

Escrevo não mais com lágrimas, pois estas já se secaram. Estando eu em situação de infidelidade, traí achando ser gostoso e mui prazeroso.

Escrevo com um lápis que achei na lata de lixo, porque fui esquecido, um órfão que não teve calor de mãe e muito menos do pai. Pai cadê o senhor, porque é que me abandonou??

Escrevo com a minha história, sendo um caco, um desguarnecido, desvalido, um marido traído. Escrevo da minha solidão, ainda tão jovem perdi metade de meu coração, que agora numa viuvês e não consigo outro homem tão cortês. Escrevo tendo muita fome, ser tratado como um caso perdido, por rico não ter nascido e sendo pobre não sei mais o que fazer.

Escrevo com a vida, escolhida para servir. Olhando diante do Altar os fiéis que vem rezar e das minhas reflexões escutar para Deus seus problemas livrar. Porque parte de mim sofre o desrespeito do mundo, por nele viver e a ele não me oferecer.

Escrevo do alto de uma cruz, onde jorra sangue como sinal de salvação. Porque parte de mim escolheu suas dores e as guardou no coração. Porque parte de mim se ofertou e se entregou no seu lugar, para nunca lá estar quando na segunda vinda voltar. Porque parte de mim venceu, todo mal que te ofendeu e que falsos amores te prometeu. Porque parte de mim escolheu te amar e prometeu nunca te deixar, mesmo que seja necessário tudo de novo realizar.

Declamo a ti a verdade crua. História minha e sua.
Porque parte de mim sou eu e a outra parte és tu 
que na verdade somos um 
e na unidade eterna viverá!

Onde não há ferrugem nem horror
Mas na alegria núpciosa
Santa e jubilosa
viveremos a plenitude do Amor!
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